Síntese
Este artigo procura considerar a
sala de aula enquanto espaço físico e social. Essa espacialidade possui algumas
especificidades que a caracterizam como momento político e social. Contudo, a
característica principal da sala de aula está na relação que ela estabelece
entre os seus frequentadores. Aqui se tenta investigara relação professor/aluno
pela ótica da dialética e obter as possíveis contribuições para a prática
pedagógica Da sala de aula resta analisar o que lhe é essencial, isto é, o que
sem o qual deixa de ser o que é. É precisamente a atividade desenvolvida em seu
interior que a distingue de outros espaços. Ao Mesmo tempo, a sala de aula pode
ser deslocada para lugares os mais diversos possíveis, pois sua atividade
essencial extrapola limites físicos.
A sala de aula enquanto espaço de
encontro, daí ocupado, é local de exigências e desafios, posto que é isso que
resulta do estar com o outro. Nunca se está o suficiente com o outro, pois o
encontro é negado em seu próprio acontecer. Isso significa que o ato de estar
junto deve ser investigado segundo o que pode ser para que possa ser mais do
que é. Por isso, professor e aluno necessitam estar constantemente atentos ao
que são para não calcificar o próprio ser e inibir outras possibilidades.
Trata-se de um encontro entre
humanos e, talvez, precisamente devido a isso, tenham-se desencontros. Marx
confessaria à sua filha Jenny que sua máxima preferida era a de que nada que é
humano me é estranho indicando que se, por um lado, o humano não seja de fácil
definição, por outro, envolvia uma atitude de permanente busca desse humano.
Ser professor e ser aluno, estar na sala de aula, pede a apreciação pelo que aí
acontece como condição que conduz ao saber sobre esse espaço.
O trabalho apresentado abordou a
importância da sala de aula como espaço de aprendizagem. Geralmente o que
ocorre, quando se oportuniza situações em que o aluno pode expressar suas
ideias, concepções e crenças, é encarar com perplexidade tudo que é visto,
percebendo-a como uma atitude de confronto e de agressividade. Às vezes é
ignorada por considerar que o aluno em questão não merece ser levado em
consideração ou se assume um discurso moralista, fundamentada nos valores de
uma sociedade conservadora e liberal que se supõe harmônica, e a qual responsabiliza
o sujeito e a sua família por seus sucessos e fracassos ignorando os
condicionamentos históricos a que está submetido, ou seja, a origem social das
diferenças. Essas atitudes acabam não possibilitando a reflexão por parte do
aluno e, portanto, não interfere em seus posicionamentos.
Por isso, professor e
aluno necessitam estar constantemente atentos ao que são para não calcificar o
próprio ser e inibir outras possibilidades, dando continuidade a este trabalho
mostrou que a escola ainda não consegue
lidar com as situações que se apresentam de forma diferenciada dos valores por
ela estagnar ao longo do tempo. Com isso o professor ao agir assim,
provavelmente tinha como objetivo provocar no aluno a sua atenção e despertá-lo
para a necessidade de realizar a tarefa, mas o fez calcado em sua concepção
sobre a importância do conhecimento e da tradição histórica dos conteúdos
escolares, valores esses construídos pela sociedade burguesa. E o aluno? Que
valor ele dá ao conhecimento? Que expectativas têm em relação ao que vai
aprender na escola? Será que se julga capaz de aprender?
Aluno Josival Sobrinho